sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Quem nasce com estrela...

Nos idos do verão de 1950, recém 'inaugurada' a metade do século, um mocinho branco, cabeleira farta e olhos expressivos veio ao mundo por um genitora de 1,47 metro de altura, poucas letras e muita sabedoria.
A faxineira, que casou por não ter mais opção de vida aos 18 anos, trabalhava para comer e ajudar a sustentar o marido, biscateiro boêmio famoso na cidade, cujas chuteiras valiam ouro e cuja alegria e generosidade encantava a quem o conhecia.
No berço cheio de frestas, pouca fartura, mas muita alegria, nasceu Wilson José Borges de Assis, filho de Aristides Borges de Assis e Sueli Pereira Dias de Assis.
Os pais já haviam perdido três filhos, vítimas de doenças que hoje seriam facilmente curadas. Naturais de São Francisco de Paula e Taquara, respectivamente, ambos vieram morar em Caxias do Sul atraídos pelas oportunidades de trabalho e vida nova.
Os matutos de formação eram cheios de lições. Passaram ao pequeno 'Virso' o que de melhor haviam aprendido pelas estradas da vida. Aos oito anos, recebeu uma companhia inesperada. A irmã Maria Cristina (Tina) nascera com saúde frágil, mas trazendo esperança e companhia ao pequeno garoto que sonhava com sanduíches de pão com mortadela e batida de banana.
O primo-irmão, Adenir Kaiser, companheiro de traquinagens e parceiro de sonhos, ganhara saúde e podia já correr com os cavalos 'emprestados' dos vizinhos pelos campos que ainda restavam na moderna Caxias.
Entre idas e vindas, galopes pelos Campos dos Bugres, lanches de 'bananas com mosquitinhos', alguns desmaios por frios, tamancos quebrados nas caminhadas para a escola e para o trabalho, leituras noturnas com lampiões e nariz enegrecido, costas doloridas pelas molas do sofá, e algumas faxinas em companhia da mãe Sueli, foi 'se criando' Wilson Assis, um dos sorrisos mais conhecidos de Caxias do Sul.
Vive la fête!


* este blog contará a história dessa importante personalidade caxiense em capítulos, com arquivos pessoais da família, democratizando histórias até hoje somente guardadas nas memórias dos mais velhos.